RACIONALIDADE NEOLIBERAL
FUGAS, LIMITES E FRONTEIRAS DA EDUCAÇÃO
Palavras-chave:
Educação, racionalidade neoliberal, Sociedade, democracia, subjetividadeResumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca da insurgência da escola moderna e seus desdobramentos nos contornos e limites da racionalidade neoliberal, sublinhando seus dobramentos na formação de um modelo de sociedade e de subjetividade. À vista disso, compreende-se a capilaridade de discursos da racionalidade neoliberal, que ordenam novo modo de se relacionar com o conhecimento, com os outros e com nós mesmos. Isso posto, flertamos com uma metodologia de pesquisa pós-crítica, a cartografia, que não tem a pretensão de elencar metanarrativas universais e neutras, mas reclama por uma intencionalidade de investigação que produz e desperta reflexões, afastando-se de um único formato. Nesse sentido, o método da pesquisa cartográfica busca, a partir de sua característica inventiva, colocar a ciência em constante movimento, não apenas refazendo seus enunciados, mas criando novos problemas e exigindo práticas originais de investigação no tecido social. No corpo do texto, destacam-se as argumentações de pesquisadores/as que têm se debruçado acerca da noção de racionalidade neoliberal no campo educativo, apontando alternativas para outros caminhos e saídas, para além dos limites do capitalismo. Ao final, discute-se com uma perspectiva de pressupostos de liberdade democrática, que fundamentam práticas educativas, tendo em vista a produção de uma sociedade inclusiva, orientada pelas descobertas e avanços científicos que, sobretudo, contribuem para a formação de sujeitos críticos.
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